Há um ano atrás...

Meus senhores, depois de muito tempo sem escrever, decidi fazer uma retrospectiva deste último ano desportivo. Ou seja, há um ano atrás, se bem se lembram, estávamos numa situação muito distinta desta.

Senão vejamos.

Na época passada, antes da quinta jornada levávamos a incrível marca de 5 jogos, 5 derrotas.
Tínhamos sido derrotados na 1ª eliminatória da Taça de Portugal pelo Vieira (2-1), e pelo Quarteirense, Pescadores, Juventude e Moura (11 golos sofridos; 6 golos marcados) para o campeonato.
Íamos então isolados no último lugar da classificação

Esta época está a acontecer exactamente o contrário. Em 6 jogos realizados ainda não perdemos. Com 3 vitórias (Leça, Sesimbra e Monte Gordo) e 3 empates (Espinho, Aljustrel e Pescadores) seguimos num espantoso 2º lugar da classificação com os mesmos pontos do Aljustrelense.
Se atentarem bem, este ano já temos 8 dos 18 pontos que fizemos a época passada.

Afinal a que se deve toda esta revolução de resultados desportivos?

Para mim, deve-se essencialmente a dois aspectos fulcrais:
- Treinador
- Politica de contratações

O treinador João Prates veio revolucionar por completo o clube, a mentalidade e o estado de alma dos unionistas. Antes da sua vinda, jogávamos para não perder e tanto nos jogos em casa como fora tínhamos uma dificuldade aberrante e preocupante em demonstrar futebol . Falo como é lógico sempre que estávamos nos campeonatos nacionais.
Hoje em dia, eu tenho a sensação (que é mais uma certeza) que esta equipa é bem comandada, por alguém que sabe o que quer e para onde quer ir. Percebe o jogo e interpreta-o de uma forma que há muito tempo não se via no Estádio 1º de Maio. O União hoje joga futebol, e isso deve-se a João Prates.
É uma equipa bastante organizada, coesa e precisa no ataque, em que as capacidades técnicas de cada jogador estão potenciadas a um nível bastante interessante, permitindo-lhes ser mais e melhores jogadores.
Dou os exemplos concretos de Setúbal, André, João Vieira, Julian, Miguel e Jorge Roque. Todos eles jogam no União há três ou mais época e nunca os vi jogar como nas duas últimas épocas. Tudo isso se deve a João Prates e à sua equipa técnica.

Os número e os factos falam por si. O primeiro jogo de João Prates foi contra o Esperança de Lagos no dia 1/11/2009. Desde aí até hoje contabiliza 12 vitórias, 12 empates e 9 derrotas.
E contabiliza uma manutenção na 3ª divisão que está ao alcance de muito poucos.

Acompanhando eu a equipa sénior do União desde o tempo de Nuno Carrapato ou desde o dia da estreia do Marinho, o Sr. João Prates é no meu entender o melhor treinador que a equipa sénior do União já teve no século XXI. Sem desprimor para Prof. Gião, Perdigão ou Ricardo Cravo.
A minha opinião é esta, e vale o que vale.

Quanto ao segundo detalhe, viu-se este ano algo que também há muito não se via. Uma escolha racional das contratações e uma lógica há muito esperada nas dispensas.
Vieram Nuno Curto, Monteiro, Hélio, Carlos Miguel e Gonçalo Cruz. Apenas 5 jogadores, dos quais 4 entram de caras no 11 inicial.
Se compararmos com a época passada em que vieram João Vieira, Marçal, Hugo Gomes, Vítor Pacheco, Flávio, Djaló, China e Osvaldo, constatamos que apenas dois se mantêm, e destes 8 apenas 3 foram presença assídua na equipa. Tudo isto foi prática recorrente nos últimos anos de nacionais

Pelo contrário, este ano houve um maior critério nas contratações, algo que não era uma prática habitual da estrutura técnica e directiva do Grupo União Sport. Isso mudou, tal como também mudou o responsável pela formação do plantel. Ao ter alguém que percebe o que faz, o mérito da boa e capaz formação do plantel terá de ir, indiscutivelmente, para o treinador e para o vice-Presidente António Marques. A escolha e o posterior sucesso nas negociações devem-se totalmente a este dois senhores. E, diga-se em abono da verdade, que as contratações feitas são mais-valias, são boas contratações. Trouxeram qualidade e não quantidade.
A juntar a tudo isto, houve finalmente a coragem de dispensar os excedentes que se acumulavam no plantel e que já não tinha uma utilidade evidente. Neste aspecto pela primeira vez pensou-se com a cabeça e não com o coração. Aliviou-se a folha salarial o que permitiu o reforço do plantel.

São estas as duas realidades que fazem do União uma equipa respeitada no nacional da 3ª divisão. Deixámos de ser o bobo da corte, mas mais importante que isso estou em condições de finalmente poder considerar o Grupo União Sport como um clube de 3ª e não de distrital.
Demos um passo em frente, muitos outros há a dar, a começar pela formação.

Cumprimentos

P.S. Muitos de vós já suspiram e preparam os dedos para dizer que me enganei. Afinal fomos eliminados pelo Espinho. Ao fim dos 90 minutos estava 1-1. Para mim é isso que conta. A taça de Portugal é uma competição à parte. Para efeito da estatística atendi ao resultado no fim dos 90 minutos.