3ª Divisão - Série F - c/ CRÓNICA

» Sesimbra, 9 de Janeiro de 2011

Estádio Vila Amália, Sesimbra

15 horas

13ª Jornada

Sesimbra U. Montemor

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-- CRÓNICA (últimos 60 minutos):

Carlos Miguel 2 - 0 G.U.S

Pensei duas vezes antes de escrever esta crónica porque quando cheguei ao Vila Amália já o jogo levava 30 minutos. Mas mesmo assim, não vejo o inconveniente, tendo em conta que o marcador persistia sem se alterar e não tinha havido substituições. Logo estava tudo tal e qual como tinha começado. Apenas falarei do que vi e não do que ouvi.

Assim, o União entrou com a sua defesa habitual, Carlos Miguel, João Monteiro, Nuno Correia, Setúbal e Miguel. Meio campo com Vítor Pacheco, Luís Seatra e Jorge Roque. Na frente Rui Pereira na direito, Julian na esquerda e Hélio na frente de ataque.

Ora, a minha visualização do jogo começa com o golo do Sesimbra. Livre na direita muito bem batido directo à baliza, com a bola a ir ao encontro de Carlos Miguel. Parecia que iria encaixar sem grande sobressalto. Mas a meio da trajectória descendente da bola, o guarda-redes alvi-negro hesita, fica atrasado e quando chega ao encontro da bola o movimento do seu corpo não lhe permitia encaixar sem problemas. Quando um guarda-redes hesita costuma haver problemas. Foi o que aconteceu.
O péssimo gesto técnico de Carlos Miguel, que socou a bola quando esta já estava junto à relva, levou a que esta embatesse nas pernas de um jogador adversário que sem fazer seja o que for para marcar, conseguiu inscrever o seu nome na lista dos marcadores. Mal cheguei e vi o que já vaticinava no último jogo em casa. Carlos Miguel não está bem, está temeroso, hesitante e sem condições para continuar a defender as redes do União. Neste momento confirmo a minha teoria de que Carlos Miguel não substitui Hugo Gomes.

Pela qualidade demonstrada, Carlos Miguel nem merece o que recebe, nem merece ser o titular das balizas. Para mim foi a gota-de-água.

No momento subsequente ao golo caseiro, o União tem duas excelente oportunidades para empatar. Primeiro numa cabeçada que o guarda-redes do Sesimbra reponde com uma grande defesa. E depois num grande remate de Julian de fora da área ao qual o guardião sesimbrense volta a dizer não ao empate alvi-negro. Numa baliza estava um homem que dava golos ao adversário, na outra um outro que fazia o que devem fazer os guarda-redes.

E foi sem qualquer outro apontamento que o jogo chegava ao intervalo, onde eu tinha a sensação de que poderíamos chegar ao empate, desde que não deixássemos o Sesimbra rematar ou chegar-se à nossa baliza. Porque se isso acontecesse poderia acontecer facilmente o segundo golo e o fim da esperança.

Na segunda parte, o União entrou coeso e disposto a procurar o golo do empate. No meio-campo despontava Vítor Pacheco a querer ter bola e a distribui-la com primor. Faltou-lhe ter um Jorge Roque e um Julian do costume para empurrar de vez a equipa do Sesimbra para o seu reduto. Ele conseguia fazer a ligação, mas depois faltava o acerto dos homens que costumam fazer a diferença. Jorge Roque escondia-se do jogo e Julian parecia nem ter viajado até Sesimbra.
Denotei também um critério que há muito não via na equipa do União. A equipa transmitia não conseguir encandear uma jogada ofensiva, ser bastante infantil na abordagem aos lances, uma falta de vontade que não habituais nestes homens.

Lances de perigo antes do segundo do Sesimbra, apenas um remate de Hélio ao lado depois de um falhanço incrível de um defesa da equipa da casa. Foi muito pouco para aquilo que já vi esta equipa fazer. Podem dar muito mais, quer ao nível individual e colectivo, como a nível de crer, raça e intensidade de jogo.
Fiquei muito desiludido, apesar de ter visto uma equipa do Sesimbra muito objectiva até ao último terço do terreno, que cria futebol e organiza bem as suas jogadas ofensivas, apesar dos homens da frente se perderem em fintas e jogadas individuais que quebram o futebol envolvente que a equipa pratica.
O União nunca se soube soltar e foi sempre controlado pelo meio-campo do Sesimbra. Foi uma má exibição da equipa alvi-negra que pode e deve dar muito mais se quiser ficar nesta 3ª divisão.

Numa segunda parte em que não houve oportunidades de golos, nunca se questionou a vitória do Sesimbra. Sentia-se que o União só chegaria ao empate num lance fortuito porque pura e simplesmente não criava futebol que lhe permitisse chegar ao golo. O Sesimbra criava mas decidia sempre mal, ou executava ainda pior.

Quem executou mal foi novamente Carlos Miguel, que sai tarde e muito mal a um canto batido da esquerda deixando a baliza à mercê. Não se fez rogado uma das torres do Sesimbra para carimbar o segundo da partida. Neste momento o jogo ficou decidido. Se é que não estava antes.

Este regresso às derrotas explica-se, pelo que vi, por uma má performance do União e pela horrível exibição do seu guarda-redes que ofereceu os dois golos ao adversário. Pouco mais há dizer dos 60 minutos a que assisti no Estádio Vila Amália.

Este jogo é imediatamente para esquecer.

Cumprimentos

P.S: Afinal o avançado Cláudio Martins não será jogador do Grupo União Sport. O Valenças SC actual clube do atleta pediu uma verba a rondar os 300,00€ para o libertar que a direcção do G.U.S. prontamente rejeitou.