Título moral

Se não fosse o ridículo modelo competitivo desta 3ª divisão e o Grupo União Sport era hoje Campeão Nacional da 3º Divisão. Chamo-lhe ridículo para não lhe chamar outra coisa. Senão vejamos. Uma equipa que depois de jogar com todas as outras equipas, fica em primeiro com mais 6 pontos que o segundo classificado, ter de ir agora discutir o título com as mesmas 5 equipas que ficaram imediatamente atrás de si, é no mínimo ridículo.

Ainda os profetas da desgraça defendem que esta 3ª divisão, para bem dos clubes mais pequenos, não deveria acabar. Poupem-me.

Dito isto, cumpre-me fazer o apanhado do que foi esta fase regular da 3ª divisão, série F.

Até ao momento tem sido uma época muitíssimo tranquila. O Grupo União Sport tem a melhor equipa de todas as  12 que participam nesta série e isso ficou expresso na classificação final da fase regular. Primeiro lugar, mais vitórias, menos derrotas, menos empates, melhor ataque e segunda melhor defesa. Melhor que isto, não houve nos últimos 15 anos de vida unionista.

O que poucos ainda terão constatado e importa fazer o paralelismo com a época transacta, é que dos 11 jogadores mais utilizados pelos dois treinadores, apenas Bruno Mendes e Diogo Freire são reforços. Todos os outros fizeram parte dos onzes de João Prates em 2011/2012 e de Nuno Correia em 2012/2013.

Com isto quero dizer, o que quase todos já perceberam, que o que mudou foi o treinador e isso fez toda a diferença. Se os factos não chegassem para o comprovar, o que esta equipa fez este ano, em nada se assemelha ao que os mesmos jogadores fizeram a época passada. O mérito a quem de direito. Grande parte do mérito da época realizada até ao momento é de Nuno Correia e da sua equipa técnica. Esta é uma verdade à La Palice. Apesar de não ter começado bem, não me esqueço das sua manifestações de desagrado para com os sócios nos jogos iniciais, no mínimo ridículas, tem vindo a demonstrar competência, sabedoria e resultados. Só um apontamento caso leia este texto, o clube que treina chama-se Grupo União Sport e não Montemor. Não soa bem e não é correcto.

Contudo, é necessário fazer uma ressalva que em nada fere o mérito da performance do União esta época. Esta série da 3ª divisão, tendo em conta o anúncio do seu fim, é hoje composta por equipas com qualidade de distrital. A qualidade diminuiu, os clubes desinvestiram. Veja-se o exemplo de Aljustrelense e Sesimbra que costumavam lutar pela subida de divisão e que este ano ficaram nos seis últimos classificados e têm equipas que em nada se comparam com a de anos transactos. Para além das desistências de Messinense e Estrela de Vendas Novas e a transferência do Fabril para a série E. Mas como disse e reafirmo, a fraca qualidade dos oponentes em nada belisca o mérito do União.

Como é costume dizer, quando tudo vai bem, tudo corre bem e com isso a estabilidade tem sido patente nos jogadores, no treinador e nos membros mais proeminentes da direcção unionista.

Tema de conversa das gentes montemorenses tem sido o desfazer da imagem de marca desta direcção.   Foi dito, sublinhado e salientado inúmeras vezes pelo Presidente que o plantel do União era maioritariamente constituído por montemorenses, jogadores vindos da formação. Ora, isso acabou e nunca mais ninguém lembrou o Presidente que aquilo que o realizava tinha terminado. 

Queixam-se as gente de Montemor que querem ver os seus filhos jogar no 1º de Maio e o que vêem são jogadores de fora.

A minha ideia é muito simples. Com uma formação descuidada e numa de deixa andar para garantir os subsídios camarários, é num futuro próximo, impossível ao União ter equipas competitivas com jogadores de Montemor e refazer planteis de épocas passadas (v.g. 2009/2010 e 2010/2011). Continuo a defender que o União esta época deveria ter apostado forte na formação e constituir um plantel sénior para na época que aí vem, ter uma equipa capaz de lutar pelo título distrital. Não foi esse o caminho seguido pela direcção e vamos ter de respeitar. Agora, na minha opinião não se consegue ter as duas coisas, diga-se equipa para subir e jogadores de Montemor. Já escrevi imensas vezes sobre tudo isto e para aí vos remeto.

Como já me estou a alongar e bem sei que assim poucos vão ler o que escrevo, fico-me por aqui, à espera que comentem e discutam.

Os meus cumprimentos.

Rogério Malagueira