Caros leitores, com o fim da época desportiva 2010/2011, cabe-me dar aqui o meu parecer, nunca vinculativo, das incidências, casos e resultados da equipa sénior do Grupo União Sport.
A ideia inicial do director António Marques para esta época foi evidente. Tentar seguir o exemplo do Juventude de Évora e ter um plantel curto mas com qualidade, poupando euros na quantidade para gastar na qualidade.
Contratou então 4 jogadores com nome nas divisões secundárias, Carlos Miguel, João Monteiro, Hélio e Nuno Curto, que juntos custariam ao clube uma verba a rondar os 2.200,00 € mensais. Seriam 4 jogadores para entrar de caras no onze inicial de João Prates, atletas que chegaram a recusar o campeão Estrela de Vendas Novas. Eram apostas seguras dada a sua qualidade e curriculum.
Somando estes, ao núcleo de heróis da época anterior, o objectivo seria o 6º lugar e a manutenção automática no fim da primeira fase.
Numa pré-época em que abundaram os bons resultados e foi patente a continuidade do bom futebol a que a equipa nos tinha habituado, as gente unionistas, onde logicamente me incluo, pensavam ser possível o tal 6º lugar. Aliás, acreditava-se que só uma hecatombe tiraria o União do lote restrito que lutaria pela subida de divisão, facto assumido por vários treinadores adversários aos microfones da R.N.A..
E assim foi até à 5ª jornada, altura em que aconteceu uma humilhante derrota em Vendas Novas, muito difícil de digerir. Nunca mais o Grupo União Sport esteve nos lugares cimeiros e desde a 8ª jornada até ao fim do campeonato nunca mais estaria nos seis primeiros lugares.
O objectivo assumido publicamente pela direcção e que nunca o foi para o treinador João Prates, esteve sempre bastante longe. O União passou toda a época entre o 7º e o 10º lugar e quando parecia que a equipa ia encarrilar e assumir os lugares cimeiros, resultados menos conseguidos onde não poderiam ter acontecido, comprometeram o tão ambicionado 6º lugar.
Quer física, quer emocionalmente a equipa nunca se encontrou. Isto somado a uma saturação táctica e estratégica, impossibilitaram que a equipa se catapultasse.
Contudo, o objectivo não foi conseguido, , na minha opinião, por dois motivos. O leque de jogadores ao dispor de João Prates não era suficiente. Era escasso para o longo campeonato e pouco abundante em opções polivalentes.
Para além disso a qualidade do plantel não era suficiente. A equipa do União, e temos de ser honestos, não tinha qualidade para lutar pelos lugares de subida.
Ou seja, o plantel era escasso e de fraca qualidade. Esta é a minha opinião.
O União com esta equipa numa 3ª divisão à antiga não tinha qualquer hipótese de manutenção.
O que acontece, actualmente, é que a série F da 3ª divisão, nunca esteve tão fraca e tão decadente como a da época que agora se findou e isso permitiu ao União uma manutenção com poucos sobressaltos, apesar da fraca qualidade do seu plantel.
E se tudo isto já parece pouco abonatório à época unionista, os diversos casos que aconteceram não encontram paralelo em anos anteriores.
A começar na indefinição do objectivo traçado para a época. Na altura falei na estranheza desta hesitação e pedi esclarecimentos.
A direcção afirmou publicamente, na pessoa do seu presidente, que o objectivo era o 6º lugar. O mesmo aconteceu com alguns jogadores aos microfones da R.N.A. Por outro lado, o treinador João Prates, líder e porta-voz do plantel, reafirmava que o objectivo único era a manutenção e não o 6º lugar. Mais disse que sempre soube que com a equipa que tinha ao dispor ficaria entre o 7º e o 8º lugar.
Afinal como ficamos? O treinador assumiu o que tinha dito, a direcção assobiou para o lado.
Para além disto, houve o caso Fábio Neves. Saiu por vontade própria ou por incompatibilidade com o treinador? Afinal, saiu porquê? Tudo ficou por esclarecer.
No caso Nuno Curto, a saída pecou por tardia. Ninguém pode jogar futebol com o peso que este jogador pago a peso de ouro teve durante toda a época. A este nível a responsabilidade é toda do atleta.
E por fim o caso Nuno Brás. Independentemente da alegada atitude que teve ou deixou de ter, e tendo em conta que a disciplina é um imperativo no seio de um clube de futebol, a questão que se coloca é a igualdade de tratamentos. Ou seja, pergunto, se caso tivesse sido Jorge Roque ou Julian Montenegro a ter a alegada atitude, se a decisão quer da direcção, quer de João Prates teria sido semelhante? Dispensariam de imediato um deste jogadores se estes dissessem ou fizessem o que Nuno Brás alegadamente fez ou disse? Parece-me que não.
Terá sido tão grave que não merecesse perdão?
A época da equipa sénior do Grupo União Sport foi medíocre, tendo em conta as expectativas que nos foram incutidas. Contudo, dentro da mediocridade, acabaria por se revelar satisfatória tendo em conta a qualidade do plantel, o futebol apresentado e o rol de motivos de desconcentração a que os jogadores tiveram sujeitos.
Mesmo assim, parece que João Prates renovou por mais um época. Eu assumo a minha discordância com esta medida. Na minha opinião o percurso deste treinador chegou ao fim. Foram demasiados os casos em que jogadores se incompatibilizaram com o treinador. Foram demasiados os jogos em que mantinha jogadores fatigados e descrentes em campo até ao fim, sendo notória a insatisfação dos mesmos com algumas opções tomadas. Isto para não falar em pressões exteriores que o limitaram em algumas escolhas. Tudo isto redundaria numa decisão fácil de tomar.
Assim, com novo treinador o União começaria um novo rumo, um novo ciclo, com outras ideias, outros objectivos e nova vida. Com João Prates será mais do mesmo.
Quanto ao plantel, nada menos que uma revolução. Carlos Miguel já foi dispensado. Rui Roque, Lino Malhão, Kimilson Varela, Daniel Felicio, Gonçalo Cruz e Rui Pereira deveriam seguir-lhe caminho e procurar nova sorte. Foram pouco utilizados e a sua manutenção no plantel iria aniquilar o ambiente entre si e o treinador. Se esta época tiveram poucas hipóteses, na próxima poucas terão e andarão neste ciclo vicioso de pouca moral, pouca confiança e pouco tempo de jogo. Ainda são jovens e a sua manutenção no plantel seria catastrófica, tendo em conta a sua evolução futebolística.
Estas são as minhas ideias, dadas com sinceridade e de uma forma muito generalizada.
Faço desde já a ressalva que neste artigo apenas aceitarei comentários identificados.
Para breve, opinião sobre as camadas jovens e a tentativa de entregar a administração do Estádio 1º de Maio à Câmara Municipal
Cumprimentos
Rogério Malagueira
1 comentário:
Só acho que o Rui Pereira deve continuar no União, pois sei, e vê-se nos jogos como ele sente a camisola, dá sempre tudo em campo, e em algumas vezes já lessionado, e falo do que vejo e não do que oiço.
Felicidades a todos para a próxima época.
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